Capítulo único
Sabe quando tudo parece estar dando certo demais, tranquilo demais e a vida vai caminhando sem nenhum imprevisto qualquer, apenas calma e suavemente? Pois é, esses tipos de momentos devem ser apreciados pois logo em seguida vinha uma sequência de eventos das quais você não estava nenhum pouco preparada.
Tudo começou quando eu estava arrumando minha bolsa depois de mais um dia exaustivo de trabalho, meu celular começou a vibrar em cima da mesa, mostrando a foto do meu melhor amigo, Connor, brilhando na minha tela. Já passava das dez de uma sexta-feira à noite e eu já sabia exatamente o que ele queria, faziam duas semanas que eu e Connor não nos vínhamos, o que era um recorde desde que nós estávamos na faculdade. Ele tinha acabado de se mudar para o apartamento do seu irmão mais velho depois de uma briga com sua mãe, enquanto eu tinha começado meu trabalho nas empresas há pouco menos de três anos, nossas vidas estavam tão corridas que a única maneira da gente se encontrar era por mensagem de vídeo.
- , eu preciso de você aqui. - Ele disse logo depois que eu atendi.
- Nenhum “Alô, , como você está, querida”?
- Olá, como você está querida?! Muito bem, obrigada! Agora vamos para o que interessa: é open bar, tem música latina, tá cheio de boys maravilhosos, e claro, as melhores pessoas do mundo como eu.
- Só você?
- De importante, sim. - Escutei algum movimento do outro lado da ligação e logo depois Connor soltar um grito. - Aí Amy, sai de cima de mim! Muito bem, fica bem longe! Eu ainda me pergunto porque somos amigos dela. - Escutei Amy protestar do outro lado da linha e balancei a cabeça.
- Eu não posso ir, Connor, e antes que você comece a reclamar eu te digo isso: eu estou tão cansada que é capaz de eu dormir em pé. - Entrei no elevador apertando o botão da portaria. - Eu só quero ir pra casa e passar o final de semana dormindo.
- Sua vida é muito chata, !
- O que eu posso fazer se o meu chefe é a encarnação do diabo. - Respondi, me encostando no espelho atrás de mim.
- E você acha que eu não sei? O cara é meu irmão! Você acredita que ontem ele jogou um balde de gelo em cima de mim só porque eu levei um boy pro apartamento dele.
- Mas Connor, seu irmão não te disse que a única coisa que você não podia fazer no apartamento dele era levar seus casinhos?
- Falou, mas jogar água gelada em cima de mim?! É demais, , até pro ogro do !
- Então você deveria respeitar o espaço do seu irmão, pelo menos enquanto você está morando com ele.
- Você está do lado dele, ? Eu pensei que.... - De repente, Connor soltou um grito e a ligação caiu. Tentei ligar novamente para ele, porém seu celular estava dando fora da área ou desligado. Ou seja, Connor esqueceu de carregar o celular outra vez e ficou sem bateira. Típico.
Andei a passos de tartaruga, sentindo pequenas pontadas nos pés ao longo do caminho até o ponto de ônibus. Eu não via a hora de chegar em casa, jogar os saltos de lado e passar o resto do final de semana em cima da minha cama e colocando meu sono em dia. Isso, é claro, se Connor não decidisse fazer uma visita e me tirar de casa. Por favor, meu Deus, deixa o Connor longe de mim só um final de semana. É tudo que eu peço, só pra eu colocar meu sono em dia. Não te peço mais nada, eu juro., pensei juntando minhas mãos e olhando para o céu.
- Não é um pouco perigoso ficar de olhos fechados depois das dez em uma parada de ônibus, senhorita ? - Voltei meu olhar para frente, tombando um pouco para trás. Parado na minha frente, olhando para mim pela janela estava , a encarnação do Diabo. Ou também conhecido como meu chefe.
Quando Connor me arrumou uma entrevista de emprego para trabalhar como secretária executiva de Margo , sua mãe, eu quase soltei fogos de artifícios e abri um champanhe. Eu estava me formando, meu estágio estava acabando e eu não tinha nenhuma percepção de empregos pro futuro. Eu já tinha mandando currículos para todas as empresas que eu conhecia, porém nenhuma delas parecia querer contratar uma recém-formada com pouca experiência. No dia da minha entrevista eu estava uma pilha de tão nervosa, porém logo depois que eu entrei na sala para conversar com Margo, eu senti como se eu realmente tivesse achado o meu lugar. Margo era aquele tipo de mulher que não tinha como você não ser fã, ela tinha assumido a empresa logo depois do falecimento dos seus pais em um acidente de carro, sem nenhuma experiência ela encarou os maiores desafios como uma CEO inexperiente, sem falar no preconceito por ela ser mulher. Porém, Margo, não se deixou abalar e durante 32 anos deixou as Indústrias no topo do mercado, se tornando uma das mulheres mais poderosas do ramo.
Trabalhar para Margo era um sonho, ela era tanto uma chefe como uma mentora e eu aprendi muito. Entretanto, sonhos duravam pouco e depois de dois anos trabalhando para Margo, ela decidiu se aposentar e deixar o seu império nas mãos do seu filho mais velho, . E o que eu poderia falar do pior chefe que eu já tive na vida?
era um playboy que parecia não levar a vida a sério e tinha caído de paraquedas no cargo. Ele tinha toda aquela aura de mauricinho mimado que você pode esperar de um cara que teve tudo na vida, ele tinha o último modelo do celular mais popular, o carro mais caro do ano que fazia um barulho infernal, uma cobertura com não sei quantos metros quadrados e, claro, namorava as mulheres mais lindas. Eu realmente não sabia como ele conseguia arrumar tantos encontros quando ele era um cara tão mal-educado que nem ao menos respondia quando eu dava bom dia. A única qualidade que eu percebi em foi o fato de ele trabalhar mais do que qualquer pessoa nessa empresa, sendo o primeiro a chegar e o último a sair. Mesmo caindo de paraquedas na cadeira de CEO, eu tinha que admitir que fazia um trabalho impecável e administrava essa empresa tão bem quanto sua mãe. Claro que a consequência disso tudo caia diretamente em mim que tinha que madrugar para chegar antes dele e sair depois que ele saísse.
- , você está me escutando?
- Desculpe senhor , você disse alguma coisa?
- Connor está no hospital.
- O que? Como assim? - Eu gritei, porém logo me recompus. Está louca ? é o seu chefe!, pensei colocando a minha melhor cara de poker face. - Eu acabei de falar com ele.
- Aparentemente ele estava em cima do balcão e caiu, minha mãe pediu que você fosse para lá urgentemente.
- Mas é claro, eu vou só esperar o próximo ônibus e vou direto para lá.
- Você pode ir comigo, .
- Eu posso esperar o próximo ônibus, muito obrigada pela oferta, senhor . - Eu disse sorrindo sem os dentes. então saiu do carro e andou até o lado do passageiro abrindo a porta.
- Eu insisto, senhorita .
- Eu realmente não acho...
- , nós vamos para o mesmo lugar, não custa nada eu te dar uma carona. Por favor? – Eu respirei fundo antes de entrar no carro, fechou a porta e depois correu para o lado do motorista.
O caminho inteiro foi resumido a único barulho vindo do som do carro, e por mais que não tivesse nenhuma conversa entre nós dois, eu tinha que admitir que ficava extremamente fofo com o cenho franzido enquanto sussurrava as letras das músicas e batia com os dedos no volante. Acho que nos meus meses trabalhando com ele, eu nunca o vi realmente sair da sua concha e se deixar levar pelo momento. do céu, isso é cansaço falando mais alto? e fofo na mesma frase perdeu a noção? Balancei a cabeça focando meu olhar para a rua, nada bom poderia vir de começar a achar que o meu chefe era um cara fofo.
passou direto do estacionamento e pegou uma rampa onde tinha uma placa dourada dizendo “VIP”, depois que nós descemos do carro começou a andar em direção as portas que levavam ao hospital sem nem ao menos olhar para trás. Fofo é o caralho!
- Senhor , como você está? - A enfermeira sentada atrás da bancada disse com um sorriso no rosto assim que nós nos aproximamos. – Seu irmão está no quarto VIP da sua família no quarto andar.
- Muito obrigado, Rose. Vamos, . - me pegou pelo pulso começando a me arrastar em direção ao elevador. Por uma fração de segundo meu cérebro sofreu uma pequena pausa no seu funcionamento e a única coisa que eu consegui focar foi em encarar a mão de .
Não é como se eu não tivesse percebido que era atraente, claro que percebi, afinal de contas, o cara podia ser a encarnação do Diabo, mas eu ainda era uma mulher e meus olhos estavam funcionando perfeitamente bem. Pra falar a verdade, a primeira vez que eu vi na festa atual das empresas , onde Margo anunciou sua aposentadoria e o apresentou como novo CEO, eu senti o ar sair de meus pulmões lentamente. Eu sabia que o irmão de Connor era um gato, só não sabia que ele era um deus grego com o sorriso que poderia deixar uma garota com os joelhos fracos. Quando Margo nos apresentou, ele sorriu largamente pra mim enquanto eu apertava sua mão e eu pensei que a partir dali nasceria um bom relacionamento entre chefe e secretaria. Entretendo, eu não podia estar mais engana, já no primeiro dia de trabalho se mostrou frio, um pouco arrogante, e extremamente calculista passando direto para sua sala e me falando apenas o necessário. E foi a partir desse dia eu apenas continuei fazendo o meu trabalho, pedindo a Deus para não enlouquecer.
Voltei do meu estado de transe quando a porta do elevador se abriu e começou a me puxar em direção ao corredor da ala VIP, em um impulso puxei minha mão de volta fazendo com que olhasse para mim. Percebendo o que ele tinha acabado de fazer, pareceu surpreso por um instante antes de voltar a sua feição normal.
- Vamos, o quarto da minha família é por aqui. – Eu segui pelo corredor até que ele bateu e logo depois entrou. Eu estava preparada para qualquer cenário, menos o que estava em minha frente que se resumia a Connor, deitado em uma cama de hospital com a perna engessada e suspensa, segurando uma garrafa de cerveja na mão enquanto Margo tentava pegá-lo.
- Me dar esse copo, Connor!
- Não! – Connor segurou o copo longe do alcance de Margo. – Eu já te disse que eu não vou largar, você não manda em mim!
- Eu sou sua mãe.
- Eu sou maior de idade.
- Connor, mãe. – disse fazendo com que os dois parassem e olhassem para nós.
- das mais bonitas! – Connor gritou e estendeu a cerveja para mim. – Trouxe para você.
- Connor, o que aconteceu? – Eu perguntei, me aproximando da cama. Connor colocou a cerveja na minha mão.
- Eu não trouxe abridor. – Dei de ombros, abrindo a cerveja na barra da minha saia. – E foi só uma quedinha, nada demais.
- Nada demais? - Margo perguntou fazendo com que eu me virasse para ela. - Você quebrou a perna em três lugares, Connor, vai precisar de uma cirurgia e depois não sei quantos meses de fisioterapia. - Ela já gritava a esse ponto. - Eu realmente não sei de quem você puxou essa atitude foda-se, tudo vai ficar de boas, com certeza foi do lado da família do seu pai, aquele bando de hippies esquisitos. - Ela começou a andar de um lado para o outro. - Agora quem é que vai na convenção com o , hein?! Seu pai não pode ir e eu muito menos. Como é que você pode ser tão descuidado, meu filho. Eu não... - Margo estava ofegante como se tivesse corrido uma maratona.
- Mãe, senta um pouco. - segurou sua mãe pelos cotovelos e a guiou para a cadeira mais próxima e continuou: - Eu posso ir sozinho na convenção, ela não é tão importante assim.
- Mas é claro que é importante, ! Eu mando vocês dois porque vocês são os melhores representantes das Indústrias .
- E venhamos e convenhamos, essa convenção é chata pra caralho.
- É raro, mas eu tenho que concordar com o ogro do , aquela convenção é um saco. - e Connor deram um high five o que fez Margo respirar fundo.
- e Connor , seus dois fedelhos, vocês podem estar crescidos, mas eu ainda posso dar uma boa lição nos dois.
- Eu posso ir. - Todos se viraram para mim. - Não é nenhum problema, eu não ia fazer nada esse final de semana mesmo. - Olhei para o Connor de relance antes de continuar: - Assim a senhora fica tranquila, Connor pode se recuperar e vai ter uma melhor companhia do que seu irmão, que provavelmente não ia fazer nada a não ser dormir no meio das palestras.
- Falando assim você machuca meu coração, .
- Falo por experiência.
- Você faria isso, ? Tem certeza? – Margo disse, se levantando e parando em minha frente.
- Eu sempre quis conhecer Paris, senhora . Mesmo que seja por dois dias e eu veja a torre Eiffel de longe, já vai me deixar muito feliz.
- Você é um anjo que apareceu na minha vida, . – Ela me abraçou forte. – Vocês viajam essa noite. – Ela se separou de mim e continuou: - Pelo menos vai ser bom você ir, esses dois são meus maiores tesouros, mas você é o legado que mais tenho orgulho.
- Falando assim você machuca a gente, mãe.
- É senhora , eu só estou fazendo o meu trabalho.
- Muito obrigada, , de verdade. – Ela me abraçou forte pelo pescoço. – Agora você precisa ir para casa arrumar sua mala, Raul pode te levar. – Ela se afastou de mim.
- Aproveite a viagem, . – Connor disse, dando uma piscadela para mim.
E foi assim que eu arrumei uma mala no tempo recorde de vinte minutos, jogando quase todas minhas roupas dentro, peguei meu passaporte e fui direto para o aeroporto com o motorista de Margo onde já estava me esperando no jatinho particular da família. A viagem demorava um pouco mais de onze horas e logo depois que eu sentei em uma das poltronas eu deixei todo o cansaço do dia e dormi com a maior facilidade. Quando eu acordei foi de um susto com a voz do piloto ecoando pelo avião avisando que estávamos perto de aterrissar, me ajeitei na poltrona vendo que algumas das aeromoças tinha colocado um lençol em cima de mim. estavam em uma poltrona distante do outro lado do avião e digitava em seu computador sem nem ao menos desviar o olhar, ele estava extremamente concentrado e com isso estava com o cenho franzido e fazendo bico.
- Você precisa de alguma coisa, senhorita ? – levantou o olhar e parou de digitar.
- Não. Na verdade, eu só queria saber como vai ser o nosso itinerário? Pelo o que eu pesquisei, nós vamos chegar em Paris um pouco antes da primeira palestra começar.
- Sim, nós vamos direto para o hotel que é o mesmo onde vai aconteceu a convenção, deixar as malas no quarto e depois de um merecido banho nós vamos para a convenção. Era só isso? – Eu assenti e ele voltou sua atenção para o seu computador. Alguns minutos depois a aeromoça serviu um café da manhã que estava extremamente gostoso para uma comida de avião, avisando que nós estávamos apenas esperando a torre para poder aterrissar. Eu comecei a checar minhas mensagens e claro que Connor tinha lotado a minha galeria com fotos deles no hospital, primeiro vieram as fotos do médico dele seguido da mensagem: Não precisa nem de cirurgia, me da um beijinho que eu fico bom logo! Depois vinha um vídeo dele indo pra sala de cirurgia, focando sempre que via um medico ou enfermeiro gato até que Margo arrancou o celular de suas mãos fazendo com que eu soltasse uma gargalhada. A última foto veio horas depois, uma selfie dele claramente ainda um pouco dopada com a seguinte mensagem: Mais fora de mim do que do que no último dia de carnaval. Saudades, <3. Eu sorri colocando meu celular na bolsa e vendo que o avião tinha acabado de aterrissar, se levantou e foi em direção a saída levando seu computador junto, eu fiz o mesmo levando minha bolsa.
- Espero que aproveite sua estadia em Paris, realmente uma cidade mágica. – A aeromoça disse, com um sorriso de orelha a orelha.
- Muito obrigada. E quase ia me esquecendo, obrigada pelo cobertor também, eu provavelmente não dormiria tão bem sem ele.
- Eu apenas forneci o cobertor, o senhor foi quem fez questão de colocá-lo na senhorita.
- Oh, eu preciso agradece-lo então.
Depois de entra no carro do qual já estava muito obrigada digitando com se não houvesse amanhã no seu celular, eu fiz o mesmo começando a responder as mensagens de Connor que respondeu na hora dizendo que tinha conseguido o celular de um enfermeiro gato e eles já tinham marcado de se encontrar na cafeteria do hospital.
- , olha pela janela. – Olhei para o lado e não pude conter meu sorriso, nós estávamos passando pelo Arco do Triunfo, que era muito mais bonito do que nas fotos que eu vi pela internet. – Nós vamos ficar em um hotel perto da torre Eiffel, se você quiser, pode ir visitar entre uma palestra e outra.
- Acho pouco provável já que não existe uma margem de tempo tão grande para uma visita.
- Você ficaria surpresa. – saiu do carro na mesma hora que ele parou em frente ao Hotel Pullman Paris Tour Eiffel, um dos que tinha uma vista maravilhosa para torre Eiffel. abriu a porta para mim e eu sai logo em seguida. Um carregador pegou nossas malas e as levou enquanto nós dois andávamos em direção a entrada, segurou a porta para mim e logo depois colocou a mão nas minhas costas, me guiando em direção a recepção. O mais louco disso tudo foi que ele não removeu sua mão o momento inteiro enquanto nós fazíamos o check-in e no final ainda soltou “merci beaucoup” com um sorriso largo. Eu não se era o clima, a diferença de fuso horário ou se realmente estava perdendo o resto de sanidade que eu ainda tinha, mas estava se comportamento como um completo cavaleiro, me deixando completamente sem palavras e eu não era o tipo de pessoa que não tinha o que falar, eu falava pra caralho.
- Nós ainda temos algumas horas antes da primeira palestra então dar tempo pra gente se acomodar. – A porta do elevador se abriu no meu andar e a segurou enquanto continuava a falar: - Eu vou te esperar no saguão com nossas credenciais daqui uma hora. – Assenti, saindo do elevador e soltou a porta. Entrei no meu quarto jogando a mala em cima da cama e pegando tudo que eu precisava para um banho digno de deusa, foi difícil resistir a agua quente do chuveiro, mas eu tinha um trabalho a fazer e eu o levaria a sério. Depois eu terminei de me arrumar e peguei minhas coisas segui em direção ao elevador que me levaria para o saguão, estava me esperando perto da recepção enquanto ele falava no celular, quando ele me viu abriu o maior sorriso e acenou e eu, que nem uma adolescente tonta, acenei de voltar e comecei a andar em sua direção. , se recompõe garota, você veio aqui a trabalho não para ficar achando seu chefe um gato. Foca na arrogância!
- Eu peguei nossas credenciais, - Ele estendeu uma para mim e continuou: - a primeira palestra já vai começar então é melhor a gente se apressar.
Nossos lugares ficavam na primeira fila é claro, cumprimentou alguns conhecidos e logo depois me apresentava para eles. O primeiro palestrante era algum cara importante no ramo industrial de Paris, sendo recebido com uma plateia inteira o aplaudindo de pé e apesar do seu sotaque terrível, eu tinha que admitir ele era incrível. passou o tempo inteiro no celular só levantando a cabeça algumas vezes, eu quase dou um beliscão nele, porém lembrei que ele ainda era o meu chefe e nós estávamos aqui a trabalho.
A palestra terminou e o meu caderno já estava cheio de anotações, eu realmente não sabia por que Connor dizia que essa convenção era chata, se a maioria das palestras forem como essa primeira ela tinha tudo para ser interessante.
- Vamos! – me puxou assim que eu levantei para fora do auditório indo em direção aos elevadores.
- o que você pensa que está fazendo? A próxima palestra já vai começar!
- Essa palestra tem toda convenção, eu posso citá-la de trás para frente.
- Você sim, mas eu não! – Tentei puxar meu braço, mas apenas colocou seu outro braço ao redor da minha cintura fazendo com que eu continuasse andando. – , para com essa brincadeira agora! A gente vai se atrasar, eu odeio chegar atrasada!
- E não gosta de imperfeições, refazer relatórios, fofoca e também chá. – Ele parou em frente ao elevador e soltou minha mão. Aproveitei o momento para tentar fugir, mas foi mais rápido e me segurou pela cintura. Quando as portas do elevador se abriram, me puxou para dentro e depois me soltou. Eu virei meu rosto lentamente para ele e comecei a gritar no tom mais alto que eu podia.
- Você está ficando louco? Perdeu a noção? O fuso horário está fodendo com teu cérebro? – Eu gesticulei rápido enquanto gritava.
- Eu acho que no tempo que você trabalha para mim eu nunca te vi gritar, muito menos falar um palavrão. É bonitinho.
- Bonitinho? Ah, mas tenha a bendita paciência! Eu vou ligar para sua mãe , talvez ela possa colocar um pouco de juízo nessa sua cabeça. – Tirei meu celular do bolso e, quando eu estava prestes a desbloqueá-lo, o tirou de minhas mãos e colocou em seu bolso. – Me devolve esse celular nesse exato momento, !
- , você mesmo disse que gostaria de conhecer Paris. Relaxa e apenas aproveita.
- O que? Meu Deus do céu, eu nunca pensei que ia dizer isso, mas você e Connor são realmente irmãos. E eu nunca disse isso, querido.
- Tudo bem, Connor disse, irrelevante para o momento, mas, olha ao seu redor, você está em Paris. Quer realmente passar o curto tempo que você tem aqui dentro de um auditório quase dormindo na cadeira?
- Mas foi isso que a gente veio fazer aqui, eu não acho que sua mãe vai gostar que a gente não foi para a convenção.
- . – Ele disse em um tom firme fazendo com que eu olhasse para ele. – Você tem 20 minutos pra colocar algo confortável, te espero no saguão. – Ele me empurrou para fora do elevador e ainda teve coragem de dar uma piscadela antes das portas se fecharem. Eu fiquei completamente sem ação e apenas encarei as portas fechadas do elevador.
- Eu acho melhor você ir, seu namorado está esperando. – Olhei para trás vendo um casal atrás de mim.
- Ele não é meu namorado.
- Não por muito tempo. – Ela sorriu de lado, entrando no elevador logo em seguida.
Entrei no meu quarto ainda um pouco tonta, medindo minhas opções: eu podia ignorar e voltar para a convenção ou eu podia apenas ligar o foda-se e sair nessa aventura com ele e aproveitar Paris do jeito que eu sempre sonhei. No mesmo momento eu lembrei das palavras de Margo, eu não podia decepcioná-la e me comportar como uma adolescente inconsequente então eu sai do meu quarto decidida a voltar para a convenção com ou sem .
Quando eu cheguei no saguão me esperava com uma sacola na mão, ele tinha trocado seu terno por uma camisa de botões, jeans, um tênis e um casaco, sem falar que ele estava com uma câmera ao redor do seu pescoço. Meu coração deu um pulo quando ele se virou para mim com o maior sorriso no rosto, mas o mesmo logo desapareceu quando ele viu que eu não tinha trocado de roupa.
- Eu não posso, . – Eu disse que assim parei em sua frente. – Sua mãe está contando com a gente, eu não posso decepciona-la.
- Eu pensei que você diria algo do tipo. – Ele disse, estendo um pen drive para mim. – Aqui tem os vídeos de todas as palestras que vão acontecer nesses dois dias de convenção.
- Mas elas ainda não aconteceram.
- Eu tenho meus meios. – Ele deu de ombros. – Vamos?
- , por que você está fazendo isso?
- Porque Paris é muito mais interessante do que qualquer palestra dessa convenção.
- Eu não tenho roupa, eu só trouxe roupas de trabalho.
- Eu senti que você falaria algo do tipo. – Ele estendeu a sacola para mim. – Para você. – Peguei a sacola, vendo algumas roupas dentro da mesma e uma caixa de sapato. – Você pode se trocar no banheiro, eu espero.
- Eu realmente não tenho outra escolha?
- Desculpas não, escolha você tem sim. Sempre. Se você quiser, a gente não vai. Eu só achei que... – Ele respirou fundo antes te continuar.:– Paris não é o tipo de cidade que você visita muitas vezes e já que é sua favorita eu pensei que você queria fazer mais do que ficar vendo um monte de palestras chatas.
- Todas as palestras estão aqui? – Ele sorri, assentido e eu mordi meu lábio antes de continuar: - Eu vou me trocar, me espera aqui.
O primeiro lugar da nossa turnê foi a Catedral de Notre-Dame, me ajudou a descer do carro e teve até que estralar os dedos na minha frente porque eu estava completamente hipnotizada. A catedral era muito maior e muito mais bonita que todas as fotos e visto que eu tinha assistido na internet e vê-la afinal, depois de todos aqueles anos, fez com que meu coração desse um pulo. Podia parecer besteira, mas para alguém que nunca saiu da cidade que nasceu e viajar para sua cidade preferida, não era.
- , olha para cá. – Virei para trás na mesma hora que tirou uma foto minha.
- , apaga essa foto nesse exato instante.
- Vamos, nós ainda temos outros lugares para visitar hoje. – segurou minha mão e me puxou para dentro da igreja. Se do lado de fora ela era linda, do lado de dentro ela era de tirar o fôlego, as colunas levavam parecia suportar um teto que parecia quase infinito, os candelabros traziam um pouco da originalidade do ano que ela foi construída, mas o que mais chamou a atenção foram as vidarias e as esculturas. Elas eram a perfeita combinação de cores que contavam uma história do jeito mais lindo que eu tinha visto: sem palavras, mas cheio de emoções. Então ao meu lado começou a contar história sobre a catedral e de como ela foi construída, apontando para tudo enquanto nós a explorávamos. Por mais que eu estivesse no lugar que eu mais gostava no mundo, meus olhos pareciam não querer desviar do cara ao meu lado e honestamente, eu não queria.
Depois de tirarmos mais algumas fotos, várias incluindo , que continuava insistindo que não precisava, nós decidimos que estava na hora de ir embora.
- Onde é que nós vamos agora? – Perguntei logo que saímos da catedral, meu rosto doía de tanto porque eu não conseguia parar de sorrir.
- Nós vamos para o Musée du Louvre e depois nós vamos à livraria de Shakespeare & Company e, por último a Tour Eiffel, onde eu tenho uma surpresa. – Eu precisei de um momento para me recuperar que ficava ainda mais bonito falando francês perto do meu ouvido. Deus tenha piedade comigo, porque esse homem com certeza não tem.
- , eu não gosto de surpresas. – Respondi, entrando no carro.
- Eu sei. – Ele se sentou ao meu lado e eu dei um soco em seu braço. – Você pode bater o quanto você quiser, eu não vou falar nada.
Quando nós chegamos ao Louvre, não tinha falado nada, mas fazia questão de soltar um risinho toda vez que olhava para mim. Desci do carro sem nem ao menos espera-lo.
- Ah , não fica com raiva. – disse, parando em minha frente. Eu apenas o ignorei e continuei andando fazendo com que andasse de costas virado para mim. – Se bem que você fica linda com raiva. – levantou sua câmera e prosseguiu a tirar fotos.
- , para com isso. – Eu disse tentando tirar a câmera de sua mão. – Não tem graça. – Comecei a correr em direção a fila, porém, ele me pegou pelo braço e depois me pegou no colo. – , me coloca no chão agora! As pessoas estão olhando.
- Que olhem, eu não devo nada a ninguém.
- Onde você está me levando? A fila fica por outro lado!
- Você acha que a gente vai pegar fila? Me poupe, ! continuou me carregando até que nos chegássemos a parte lateral do museu, nela tinha uma placa enorme dizendo “Apenas Funcionários” em vários idiomas diferentes.
- Para onde você está me levando, ?
Na mesma hora, a porta a nossa frente se abriu e um homem saiu da mesma.
- Bonjour!
- Bonjour! Merci beaucoup d'avoir fait ça Jacques, je te dois une faveur. (Muito obrigado por isso, Jacques, eu fico te devendo um favor.)
- Une faveur de est tout ce dont j'avais besoin dans ma vie. Je risque mon travail pour toi. (Um favor de é tudo que eu precisava na minha vida. Eu estou arriscando meu emprego por você.)
- Qui est cette belle femme à côté de vous? (Quem é essa bela mulher ao seu lado)
- Tu peux sortir ton cheval de la pluie, elle est avec moi. (Pode ir tirando seu cavalinho da chuva, ela está comigo.)
- Petite amie? (Namorada?)
- Pas encore, mais bientôt. (Ainda não, mas em breve.)
- Nesse caso, bonjour mademoiselle, meu nome é Jacques, é um prazer em conhecê-la. Enchanté. - Ele estendeu a mão, porém meus braços estavam ao redor do pescoço de .
- , me coloca no chão. - me olhou por um bom tempo antes de me colocar no chão. - Muito prazer em conhecê-lo também. - Eu apertei sua mão.
- Vamos? - disse, entrelaçando nossos dedos e me guiando para dentro do museu.
Eu descobri um pouco tempo depois que Jacques era um dos curadores do museu, ele 3 tinham estudados juntos quando ele veio estudar História da Arte na França. Sim, tinha cursado história na faculdade e ainda se formou com honras. Meu queixo foi no chão e eu preciso de alguns segundos para me recuperar, porém isso não levou muito tempo porque Jacques me mostrou uma foto de nos tempos de faculdade todo montado na vibe bad boy com sua jaqueta de couro e cabelo bagunçado.
- Eu não acredito que você se vestia desse jeito, . - Eu disse, dando zoom na foto. - Eu não te imagino usando nada mais do que ternos.
- Eu não estou usando terno agora. - Ele se defendeu.
- Só porque está usando uma calça jeans e um casaco não quer dizer que você parece menos sério.
- Oh, não se engane, podia se vestir como um daqueles roqueiros dos anos 80, mas era o pior quando se tratava de mulheres. Ele foi muito sortudo que as mulheres francesas são muito diretas, sem falar que ele também era curador do museu então elas caiam matando.
- Curador? – Eu olhei para com um sorriso de lado e ele apenas deu de ombros.
- Que tal começarmos o nosso tour hein? – desconversou dando de ombros o que fez com que eu sorrisse largamente.
Nós começamos nossa turnê pelas esculturas e relíquias trazidas de outros países e culturas, o que era incrível porque você tinha um pedacinho de várias locais do mundo, que pelo menos para mim, eu não tinha planos ou ao menos o dinheiro para poder visitar. Você sentia, mesmo que fosse só um pouco, que estava aprendendo sobre o mundo que a gente vivia e não conhecia tanto. Quem podia imaginar que um sarcófagos, relíquias e esfinges podiam contar tanto sem nem ao menos se moverem. entrou no modo curador e começou a contar as histórias sobre as esculturas e como elas tinham chegados ao museu e eu podia ver porque as francesas ficavam caiam matando, falava de arte com um brilho nos olhos e com uma paixão que deixava qualquer um hipnotizado. O Louvre era sim interessante, mas falando de arte era muito mais.
Depois nós demos uma passada pelas construções originais do museu onde explicou que elas foram construídas como uma fortaleza para defender a França e alguns anos depois virou fortaleza dos reis franceses até que alguns anos depois Luis XIV escolheu o Palácio de Versalhes como sua residência deixando o palácios do Louvre lugar para exibir a coleção real, que incluía esculturas gregas e romanas. O museu foi inaugurado em 1793 com uma exposição de 537 pinturas, a maioria sendo da realeza ou propriedades confiscadas da igreja. A coleção foi aumentando durante os anos, agora tendo mais de 20 mil peças divididas em 8 departamentos: antiguidades egípcias; antiguidades do Oriente Médio; antiguidades gregas, etruscas e romanas; arte islâmica; escultura; artes decorativas; pinturas; impressões e desenhos. foi explicando cada um a medida que nós íamos passando especialmente quando se tratava das mais famosas como a Vênus de Milo, a Vitoria de Samotrácia, Chegada de de Médici em Marselha, A Coroação de Napoleão Bonaparte, As bodas de Caná, Mona Lisa, Virgem das Rochas, A Liberdade guiando o Povo e, é claro, a Mona Lisa.
A medida que nós íamos navegando pelos corredores, fazia questão de tirar fotos das obras de artes e minhas, claro que dessa vez eu não deixei passar e só sosseguei quando consegui tirar algumas fotos dele do meu celular e de nós dois juntos. O caminho inteiro só soltou minha mão quando nós estávamos tirando fotos ou quando ele colocava o braço ao redor dos meus ombros, ele continuava contando as histórias das obras e fazia questão de sussurrar tudo em meu ouvido.
Era oficial, eu tinha perdido o pingo de sanidade que me faltava, para falar a verdade eu tenho certeza que ela nunca nem ao menos existiu quando se tratava de . Eu não sabia o que estava acontecendo, se era Paris que estava fazendo isso comigo, mas eu estava completamente viciada em ficar perto dele, em toca-lo, em escuta-lo, em segurar sua mão e, principalmente, em seu sorriso. Quem poderia adivinhar que podia sorrir largamente, e melhor, que ele tinha as covinhas mais fofas que eu tinha visto, e como seus olhos brilhavam quando ele falava de algo que ele amava e olhava para mim do jeito mais fofo que eu não sabia que ele podia fazer.
É, queridos, parece que eu caí no conto de ter uma queda pelo meu chefe. E o pior de tudo, era que eu não me importava e não queria que esse dia acabasse tão cedo.
- , por favor, só uma foto. – Eu disse, o arrastando para a frente da pirâmide do Louvre. Nós tínhamos acabado de sair do museu e eu estava tentando convence-lo a tirar uma foto comigo. – Oh, vamos pedir para aquele casal, faz é tempo que eles nos encaram. – Apontei para o casal e eles sorriram.
- Vocês querem que a gente tire uma foto de vocês? – A senhora perguntou.
- Mas é claro. – Eu tirei a câmera das mãos de e entreguei para ela. – Vem, Ben. – Arrastei para perto da pirâmide, achando o melhor ângulo, e o abracei pela cintura. Ele passou o braço por meus ombros, me puxando para perto. A senhora tirou algumas fotos e ainda pediu para nós fazermos poses diferentes, eu não sei quantas fotos foram tiradas, porém a última era com comigo no seu colo.
- Vocês formam um casal lindo. – Ela disse entregando a câmera para mim.
- Muito obrigada. – Eu disse, sorrindo. Ela assentiu antes de sair e foi aí que eu me toquei do que eu tinha acabado de falar. Merda!
- Então nós formamos um belo casal hein?! – sussurrou em meu ouvido.
- Onde está o carro? – Eu disse, começando a andar em direção a rua. Escutei gargalhar alto atrás de mim, mas decidi continuar andando e o ignorando.
- Você está indo na direção errada. – me puxou pela mão em direção ao outro lado da rua. Ele abriu a porta do carro e quando eu sentei no banco confortável, eu senti todo o cansaço do dia tomar conta de mim. – Cansada? – passou o braço por meus ombros e eu encostei meu minha cabeça em seu peitoral.
- Muito, mas valeu a pena.
- Você não sabe o quanto. – Ele disse dando um beijo no topo na minha cabeça.
- Onde nós vamos agora?
- Você verá.
A nossa última parada era a famosa torre Eiffel, disse que nós só a visitaríamos mesmo amanhã, mas hoje nós teríamos um piquenique e ver o por do sol e depois as luzes da torre se acederem. Ele tirou uma toalha de dentro do carro e uma cesta, pelo sorriso do motorista, eu sabia que ele estava por trás dos objetos aparecendo magicamente dentro do carro. me guiou até o parque que onde nós ficamos de frente para a torre, ele estendeu a toalha no chão e nós nos sentamos. Ele então pediu que eu segurasse os crepes enquanto ele abria a garrafa de vinho e estendeu um dos copos para mim.
- Prometo que amanhã nós vamos visitar a torre, ok? O Louvre tomou muito do nosso tempo. – Ele disse, enquanto comia. Eu virei meu rosto para ele e apenas fiquei o encarando. – O que? Tem alguma coisa no meu rosto? – Ele continuou sorrindo.
- Não, é só que hoje foi um dos melhores dias da minha vida. – Eu respondi colocando o meu crepe de volta na cesta. – Eu nunca em um milhão de anos pensei que algo assim aconteceria comigo, eu ainda estou um pouco zonza.
- Você merece, , você merece o mundo. – Ele se apoiou em sua mão, aproximando seu rosto do meu. – O sol está se pondo, espera até você ver as luzes, você vai se apaixonar.
Virei meu rosto em direção a torre vendo as nuvens se moverem e o céu estava perdendo as cores, caindo de um amarelo, para o laranja e o vermelho até ficar completamente preto. As estrelas começaram a aparecer e foi quando a torre começou a ser iluminada, começando de baixo até o topo, depois as luzes começaram a piscar rapidamente por toda torre. Realmente Paris era uma cidade mágica.
- Você estava certo, eu estou completamente apaixonada. – Virei-me para , sorrindo largamente, apenas para vê-lo deitado no chão e o flash da câmera. – Ah não, agora a gente tem que tirar uma foto juntos. Vem, Ben! – Eu o puxei pelo braço, passando meus braços pelo seu pescoço, posicionou a câmera e começou a tirar fotos nossas com as mais diversas caretas. Ele então passou a mão por minha cintura e nós dois caímos para trás, continuou tirando foto enquanto eu gargalhava alto. Até que um momento ele colocou a câmera de lado e eu olhei para ele de cima para baixo, como eu estava com os braços ao redor do seu pescoço, meu corpo ficou um pouco em cima do dele e quando percebi parei de rir na mesma hora.
- ... – Ele sussurrou e eu sorri de lado, eu tinha descoberto que meu nome soava muito quando saiam dos lábios de Ben. Então, com uma coragem e vontade que eu desconhecia, eu passei uma de minhas mãos por seu rosto e lhe dei um selinho demorado. ficou surpreso, porém logo reagiu passando uma de suas mãos por meu pescoço começando a aprofundar o beijo. Nossos lábios se moviam em um beijo calmo, mas o turbilhão de emoções parecia passar pelo meu corpo e a vontade era de ficar assim, agarrada nele apenas se beijando como se nada mais no mundo importasse.
- Agora sim, esse é o melhor dia da minha vida. – me deu vários selinhos. – Vamos, eu ainda quero dar uma volta no rio Senna.
Depois que recolhemos tudo e colocamos dentro da cesta, passou o braço por meus ombros e continuou a ser o melhor guia contando curiosidades enquanto nós andávamos a margens do Rio Senna. Depois nós decidimos ir andando para o hotel já que ficava perto, fez questão de me levar até a porta do meu quarto.
- Não se esquece, amanhã nós vamos cedo para torre Eiffel. – Ele segurou minhas mãos. – Antes a gente pode comer algo em um café por perto enquanto esperamos na fila.
- Nenhum truque na manga para fazer a gente chegar no topo mais rápido?
- Dessa vez não. – Ele sorriu para mim antes de continuar: - Boa noite, . – Ele deu um beijo em cada uma de minhas mãos. – Até amanhã.
- Boa noite, Ben, até amanhã. – Ele começou a andar em direção ao elevador, sem nem ao menos olhar para trás. – Ben! – Eu gritei e ele parou, se virando para mim. Corri em sua direção, me jogando em seus braços e o lhe dei um beijo demorado.
Eu voltei correndo para o meu quarto, me jogando na cama logo depois. Hoje realmente tinha sido um dia para ficar marcado para sempre.
Saí do elevador já procurando por no saguão, eu tinha tido a melhor noite de sono e tinha acordado com um sorriso no rosto. Logo depois que eu acordei, ouvi batidas na porta e era um mensageiro com outra sacola de roupas completa, eu soltei um grito e ainda o abracei antes de fechar a porta e correr para o banheiro.
- ! – Escutei a voz de e logo o vi acenando para mim perto da porta. Sem nem ao menos pensar, corri em sua direção e me joguei em seus braços, ele me rodopiou um pouco antes de me colocar no chão e me dar vários selinhos demorados. – Bom dia para você também!
- Vamos, eu estou faminta e quero logo ir visitar a torre. – Dei um selinho demorado nele antes de puxa-lo em direção a saída do hotel.
Nós décimos tomar café em um bistrô que achamos no caminho, enquanto nós andávamos e comíamos ele contava algumas das suas memorias em Paris, como da vez que ele e Connor decidiram visitar o topo da torre Eiffel e Connor desmaiou assim que chegou a vez deles na fila porque tinha medo de altura ou da vez que ele decidiu tocar uma das obras do Louvre e o segurança o expulsou. Eu caí na gargalhada, é claro, Connor era o tipo de pessoa que fazia o que lhe dava na telha sem nem ao pensar nas consequências e quando elas de fato aconteciam, ele apenas dava de ombros e partia parara a próxima loucura.
Nós pegamos o elevador para subir com pouco tempo depois que chegamos, ainda era cedo então o lugar ainda não estava tão lotado. fez questão de parar em todos os pontos e tirar várias fotos e dessa vez eu o arrastei para todas, pedindo até para outros turistas tirá-las para gente. A cada andar que nós íamos para cima, eu sentia um friozinho na barriga quando eu olhava para baixo, decidiu então gravar um vídeo.
- Vamos , manda um beijinho para a câmera. – Nós tínhamos acabado de chegar no topo da torre e estávamos saindo do elevador.
- , para de me filmar. – Eu disse, saindo do elevador e bloqueando meu rosto com as mãos.
- Mas você fica tão linda sem jeito. – Eu estava prestes a responder algo bem desaforado quando eu vi a vista que estava em minha frente, Paris parecia pequena do topo da torre ao alcance dos meus dedos e mais perfeita do que nunca. Perfeitamente simétrica e dividida, com seus prédios exuberante que lembravam a história do seu povo através da sua arquitetura. É meus queridos, eu não me arrependia nenhum pouco de faltar todas aquelas palestras, valia muito a pena.
- É lindo, não é? – sussurrou em meu ouvido e me abraçando por trás. – No final da tarde é ainda mais bonito, mas como é temporada de turismo isso aqui vira um inferno. – Ele deu beijo no meu ombro. – Prometo te trazer aqui outra vez, okay?
- Olha que eu vou cobrar hein?! - Respondi, me apoiando nele.
- Pode cobrar, senhorita , eu vou ter prazer de cumprir. - Ele deu um beijo na minha bochecha. - Agora vamos, eu ainda quero te levar na Shakespeare & Company, Connor disse que você adora livros e lá você pode comprar os melhores diretamente de Paris.
- Parece que Connor falou muito de mim para você.
- Você não imagina o quanto.
Nós exploramos toda a parte do topo da torre Eiffel, tiramos fotos de todos os jeitos: da vista de cima, do lugar, das pessoas e, claro, de nós dois. Quem visse de longe, e eu falo isso porque eu peguei algumas pessoas olhando para nós com sorrisos bobos nos rostos, poderia jurar que nós éramos um casal apaixonado passando as férias em Paris. Claro que eu já tinha percebido o que estava acontecendo, , eterno chefe arrogante e ranzinza, fazendo papel de guia turista enquanto segurava minha mão e comprava crepes e vinhos não era algo que você via todos os dias. Porém, eu realmente não estava me importando, eu só queria aproveitar esse final de semana com um que eu nem sabia que existia, mas tinha descoberto que já era o meu favorito e, pelo menos por esse final de semana só meu. Eu pensaria nas consequências quando nós voltássemos para a nossa vida normal.
O motorista nos levou ao nosso próximo destino que ficava em Montmartre, um dos bairros mais conhecidos de Paris onde se encontrava basílica de Sacré-Coeur, a Place du Tertre (praça dos pintores) e o famoso cabaré Moulin Rouge. Claro que quando o carro parou em frente ao cabaré eu soltei um grito assustando não só ao motorista como também a , eu sai do carro e apenas fiquei parada encarando a fachada do prédio. O filme tinha feito o local se tornar um dos lugares mais famosos para se visitar, mas não se comparava a estar aqui, esse final de semana inteiro está sendo uma experiência surreal.
- Eu não sabia que você era tão fã assim de Moulin Rouge. - parou mão meu lado, entrelaçando nossos dedos.
- Santine e Christian uma das histórias de amor mais lindas e trágicas que eu já tive o prazer de assistir. Eles estão no meu ranking de “casais que não terminaram juntos, mas na minha cabeça eles têm três filhos, uma casa, um cachorro e estão vivendo felizes para sempre” junto com Romeu e Julieta e Landon e Jamie de Um Amor pra Recordar. - Me virei para ele ficando em frente ao cabaré. - Eu quero uma foto e tira do outro lado da rua que eu pegar o local inteiro. - balançou a cabeça e fez como ele pediu, agradeci mentalmente pelo pouco movimento dos carros e de pessoas, assim nenhum deles atrapalharia minhas fotos. Depois de algumas poses, voltou para o meu lado, estendo a câmera para mim. - A gente vai assistir a um show daqui?
- Queria dizer que sim , mas os ingressos estavam esgotados. Fica para a próxima vez que a gente voltar aqui.
- Sem problema. E agora, o que a gente vai fazer?
- Vem, eu vou te mostrar os melhores lugares de Montmartre.
E o melhor guia turístico de Paris atacou novamente. O bairro Montmartre, na verdade, era um vilarejo próximo da cidade que só foi considerado parte da mesma em 1860. Como ele se espalhava por uma colina, é uma das poucas regiões de Paris que não eram planas, sendo um dos pontos para se ver Paris de cima, depois da Torre Eiffel, é claro. Nos navegamos pelas ruelas vendo a variedade de cafés, bistrôs e cabarés dos quais tornavam o bairro mais famoso da cidade. Montmartre também era conhecida como o bairro do “Amor” onde os casais se aventuravam pelos estabelecimentos e assistiam ao pôr do sol do alto da colina. Sem falar que o Le Mur des Je t’Aime também conhecido como Muro do Amor criado para os apaixonados onde a frase “Eu te amo” tinha sido escrita em mais de 300 línguas diferentes por dois artistas Fredric Baron e Claire Kito. Dessa vez a fotografa fui eu tirando várias fotos de um bem emburrado que insista em dizer não queria tirar foto sozinho como um perdedor.
- , esse tipo de foto é pra ser tirado em casal. Vem pra cá!
- Só mais uma, faz biquinho dessa vez! – Eu disse, olhando para ele por cima do meu celular. respirou fundo e sorriu largamente fechando até os olhos, depois que eu tirei a foto andei a passos largos jogando meus braços ao redor do seu pescoço e o beijando lentamente.
Eu estava completamente viciada em beijar e eu não tinha nenhuma vergonha de admitir isso, parecia que quando nós estávamos juntos eu só pensava em como era bom ficar com ele e como eu não queria ir embora e toda vez que nós estávamos separados eu só conseguia pensar em quando eu lhe veria outra vez. Que não era bom para minha sanidade mental disso eu já sabia, era fato, mas saber que eu perdia um pouco de juízo toda vez que eu me aproximava dele e mesmo assim não querer ficar longe, isso sim era uma surpresa.
É , você está completamente fudida.
- Nós vamos para nossa última parada e depois direto para o hotel, tudo bem? Jacques chamou a gente para a inauguração de uma boate mais tarde, eu pensei da gente descansar um pouco antes de ir.
- Eu concordo. Nós vamos pra livraria agora?
- Sim, , nós vamos comprar seus livros.
Antes de irmão embora, nós passamos no meio de uma feira de rua lotada de artistas, fez questão de comprar algumas lembranças Paris para seus familiares, aparentemente eu não era a única que era fã de Paris, Margo também era. A ida para Shakespeare & Company ficava do outro lado da cidade e como nós estávamos no meio do horário de pico, nós demoramos mais do que o esperado pra chegar. Quando estávamos no meio do caminho, meu celular começou a tocar fazendo com que eu me afastasse de e pegasse meu celular.
- Quem é? – perguntou, colocando o braço no banco atrás de mim.
- Sua mãe. – Respondi antes de atender. – Olá, senhora .
- Olá, , como vão as coisas?
- Está tudo bem.
- Como anda as palestras? Você está gostando?
- As palestras são maravilhosas, senhora , eu estou adorando tudo. – Respondi olhando para que segurava o riso.
- Que bom que você está gostando, , fico muito feliz. Você está perto de ?
- ? Ele precisou ir no banheiro, algo que ele comeu não deve ter feito bem. – O queixo de caiu e foi minha vez de segurar o riso.
- Cuida dele, okay ?! Eu confio em você.
- Sem problema, senhora , eu vou cuidar dele.
- Obrigada, . E ah, a cirurgia do Connor ocorreu tudo bem e ele vai pra casa hoje.
- Eu fico muito feliz, mais tarde eu ligo pra ele.
- Eu tenho que ir agora, , aproveite Paris. Tchau, minha querida.
- Tchau, senhora .
- O que ela disse?
- Só perguntou como estavam as coisas e disse que a cirurgia do Connor foi tudo bem. – Olhei para ele, guardando meu celular. – Eu meio que me sinto mal agora.
- Por que?
- Ela disse que confia em mim e eu aqui aproveitando Paris como se eu estivesse de férias.
- . – Ele se aproximou de mim, colocando uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha. – Não se preocupara, tudo bem? Eu arrumei todas as palestras e relatórios para você, quando nós voltarmos você pode assistir tudo.
- Eu sei, é só que eu nunca fiz isso, sabe? É tudo novo para mim, eu sempre fui a mais responsável e fazer uma coisa dessas como faltar uma convecção pra sair por ai aproveitando Paris não me importando com as consequências.
- Você está arrependida?
- Não, claro que não. – Eu me aproximei dele, segurando sua mão e brincando com seus dedos. – É um sentimento muito bom e eu não trocaria nada do que a gente viveu em Paris, eu só tive esse momento , a mãezona responsável, mas já passou. – Olhei por cima do ombro e vi que nós tínhamos parado. – Nós já chegamos? – assentiu e lhe dei um selinho demorando. – Vamos, eu ainda quero ter meu sono de beleza antes dessa balada que a gene vai.
- Você não precisa de nenhum sono de beleza, . – disse me ajudando a desce do carro.
- Como assim, ? Você está me chamando de feia? – olhou para mim de lado, me puxando para perto e me abraçando de lado.
- É claro que não, é só que você fica linda de qualquer jeito.
- Isso é verdade. – Assenti e ele riu largamente fazendo com que seus olhos ficassem pequenos. – Você deveria sorrir mais, você fica lindo sorrindo.
- Toda vez que eu sorrir você vai me dar um beijo?
- Eu vou pensar no seu caso.
A livraria era pequena e aconchegante com uma fachada com letreiros antigos e uma foto de Shakespeare no centro, ela tinha dois andares e aquele cheiro maravilhoso de livros que eu amava, tinha o formato pequeno de labirinto com paredes lotadas de livros, ilustrações e tipografias de frases dos clássicos da literatura. A maioria dos livros de segunda mão, alguns eram doados, outros trocados, dos mais variados idiomas. segurava os livros enquanto nós navegávamos pelos corredores da livraria, eu já tinha conseguido Orgulho & Preconceito, Hamlet e Mcbeth em inglês, só me faltava agora Romeu & Julieta.
- Eureka! Achei. – Tirei o livro da prateleira, mas logo meu sorriso desapareceu.
- O que foi ?
- O livro é em francês e o meu conhecimento em línguas estrangeiras é limitado ao inglês e ao espanhol.
- Sem problema, eu leio para você. – Ele deu de ombros e eu agradeci mentalmente por ele estar segurando porque eu estava ponto de me jogar – literalmente – em cima dele. – Você vai querer comprar mais alguma coisa ou a gente pode ir? Jacques disse que a gente deveria chegar cedo porque o lugar provavelmente lotar. – Eu apenas balancei a cabeça indicando que não e ele se virou indo em direção ao caixa. colocou os livros em cima da bancada e estendeu algumas notas para a atendente, eu parei atrás dele o abraçando forte pela cintura.
- Obrigada por tudo. – Eu disse, me afastando dele. pegou a sacola e se virou para mim, passando seus braços ao redor da minha cintura.
- De nada, senhorita . – Ele me deu selinho demorado antes de continuar: - Agora vamos, nós temos que nos arrumar para festa.
Nós nos separamos assim que chegamos ao hotel, quando eu cheguei em meu quarto fui direto para o hotel deixando todo o cansaço desaparecer depois de um banho quente. Eu estava terminado de secar meu cabelo quando a campainha do meu apartamento tocou, deixei o secador de lado e fui em direção a porta apenas para ver um recém banhado, com os cabelos bagunçado, com uma sacola na mão e mais lindo do que nunca.
- Trouxe a roupa perfeita para você usar nessa festa. – Ele deu um beijo na minha bochecha e colocou a sacola em minhas mãos. – Eu espero você se trocar. – Ele passou por mim e se jogou na minha cama, colocando as mãos atrás da cabeça.
- Eu vou me trocar dentro do banheiro.
- Uma pena. – Eu o olhei com o queixo caído e ele deu uma piscadela antes de sorri de lado. Me troquei, colocando o vestido e salto, formando o look perfeito, que eu tinha certeza que Connor aprovaria.
- Uau! – assim que eu saí do banheiro. – Você está linda. – Ele se sentou na cama, olhando para mim enquanto mordia seu lábio. – Você sempre deveria usar vermelho, , você sempre fica de tirar o fôlego toda vez que usa essa cor.
- Sempre?
- É, sempre. Eu ainda me lembro do vestido que você usou no dia que a gente se conheceu, eu nunca esqueci pra falar a verdade.
- Bom saber. – Peguei minha bolsa de maquiagem e fui em direção ao espelho. – Agora chega a melhor parte.
- Você vai tirar o vestido?
- Não, seu idiota, eu vou me maquiar. Fica quietinho aí.
Enquanto eu me arrumava decidiu começar a ler Romeu & Julieta para mim, quando eu terminei de me arrumar já passava das dez, a boate estava lotada, mas disse que nós não precisamos pegar fila por Jacques estava nós esperando na porta dos fundos. Nós passamos direto da fila e fomos em direção a porta dos fundos, Jacques estava esperando com uma garota ao seu lado, ele a apresentou com sua noiva, Anne-Marie o perfeito exemplo da mulher francesa, uma simpatia em pessoa que elogiou meu vestido e ainda disse que era um cara muito sortudo. Nós entramos na boate logo em seguida, Anne-Marie foi me contado que ele fazia parte da companhia de burlesque que dançavam no Moulin Rouge, ela e Jacques se conheceram quando ela e suas amigas visitaram o museu e no mesmo dia ele a viu na apresentação. Ela disse que foi amor à primeira vista, que quanto mais Jacques falava de arte, mas ela imagina como ela iria seduzir um cara como ele então ela o chamou para a apresentação e passou a mesma o encarando. Os dois estão juntos há dois anos e iriam se casar no começo do próximo verão.
- Então quanto tempo vocês dois estão juntos? – Anne-Marie perguntou. e Jacques tinham ido buscar algumas bebidas enquanto nós dois ficamos na mesa.
- É complicado, pra falar a verdade, é o meu chefe e nós viemos para uma convecção da empresa só que nós acabamos faltando e decidimos aproveitar Paris.
- Então vocês ficaram juntos só esse final de semana?
- Sim.
- E como vai ser quando vocês voltarem? Vão continuar juntos?
- Honestamente, eu não sei. – Respondi, colocando a bebida em cima da mesa. – Paris é uma cidade mágica e tudo que a gente viveu aqui foi incrível, uma experiência fora desse mundo, mas a realidade existe e a gente vai ter que voltar para ela uma hora ou outra.
- Ou você pode continuar vivendo esse conto de fadas, não a nada de errado em ser feliz, e pelo o que eu vi de vocês dois, felicidade não é uma coisa que falta entre vocês.
- Ele me mostrou um lado que eu nem sabia que existia e eu não sei se eu posso enxerga-lo da mesma maneira de antes.
- Então não o faça, aproveita esse cara incrível porque ele está arriado os quatro pneus por você, garota. – Eu sorri sentindo meu celular tocar dentro da bolsa, tirei o mesmo apenas para ver uma notificação no e-mail da empresa. Boa noite, senhorita . Estou enviando esse e-mail apenas para confirmar a minha reunião com o senhor na segunda. Espero que a senhorita possa passar essa informação para o seu chefe já que o mesmo decidiu ignorar todas as minhas ligações. Att, Peter Collins.
- Oi. – se sentou ao meu lado e sussurrou em meu ouvido enquanto eu colocava meu celular na bolsa. Anne-Marie e Jacques se levantaram dizendo que iam para a pista de dança. – Você quer ir também? – Eu assenti e bebeu o resto da sua bebida, antes de me pegar pela mão e me arrastar para a pista de dança.
Hands To Myself da Selena Gomez ecoou pela boate e eu foi como se a música falasse por mim, desde que eu cheguei e Paris e decidi partir nessa aventura com não tinha um segundo que eu consegui deixar minhas mãos longe de . Parecia que meus dedos tinham pequenos imãs e eu sempre encontrava uma maneira ou jeito de estar tocando-o, eu sabia que era errado e que esse final de semana mudaria completamente nossa dinâmica, mas eu realmente não estava me importando, eu só queria ficar com e ponto final, minha sanidade mandaria lembranças, mas eu estava mais do que feliz de mandá-la ir embora.
Minhas mãos que, infelizmente só eram duas, viajaram por seus ombros descendo por seu peitoral, então pegou minhas mãos e me rodopiou fazendo com que minhas costas ficassem coladas em seu peitoral. Ele deixou uma de duas mãos descerem pela minha cintura parando em meu quadril enquanto a outra afastou meu cabelo e logo depois eu senti seus beijos irem do meu ombro até meu pescoço. Joguei minha cabeça para trás dando mais acesso a ele, fechando os olhos e apenas sentindo um turbilhão de sensações passarem por meu corpo.
- Vamos sair daqui. – disse, se afastando de mim.
- O que? Por quê?
- Porque eu quero passar a minha noite em Paris só com você. – Ele segurou minha mão indo em direção a saída, nós nos despedimos de Jacques e Anne-Marie antes sairmos da boate e pegarmos o primeiro táxi que avistamos. olhou para olhou para mim de lado com um sorriso de lado e eu deixei todas as minhas inibições de lado e puxando para um beijo com direito as minhas pernas em cima da sua e umas das suas subindo pela minha coxa.
- Pas de sexe dans la voiture. – O motorista disse, fazendo com que nós dois nos separássemos.
- O que ele disse? – Perguntei ofegante olhando para ele.
- Sem sexo no carro. – soltou uma gargalhada alta e eu o acompanhei. Nós pagamos ao taxista que nos olhava feio assim que chegamos no hotel, o elevador, graças a todos os santos, estava vazio quando nós entramos no mesmo. virou para mim com um sorriso malicioso nos lábios me puxando para perto pela cintura e aproximando nossos rostos, ele mordeu meu lábio inferior puxando-o de leve o que fez com que eu soltasse um suspiro alto. Ele então passou a mão por meu pescoço colocando seus lábios macios nos meus, ele me provocou lentamente antes de aprofundar o beijo. Eu podia sentir meu coração nos ouvidos enquanto uma de minhas mãos segurava seu rosto e a outra apertava seu braço, quando a porta do elevador se abriu nós nos separamos, porém teve a ideia incrível de não me largar e nós fomos o caminho inteiro com ele dando em beijos em pescoço enquanto eu me concentrava para não cair.
Quando nós chegamos a porta do seu quarto, procurou sua chave dentro dos bolsos e foi aí que eu percebi o que estava ia acontecer: eu estava prestes a dormir com o meu chefe, o mesmo que há dois dias atrás eu odiava arduamente. , o que você está fazendo garota?
- , a gente não pode. – Eu disse, o empurrando para longe.
- O que? Por que? – Ele perguntou confuso. – Eu fiz alguma coisa de errado?
- Claro que não é só que você está esquecendo de um detalhe, você é meu chefe.
- Eu ainda não vejo qual o problema nisso. – Ele se afastou de mim.
- Você realmente acha que quando a gente voltar as nossas vidas normais as coisas vão ser como são em Paris? Sua empresa tem uma politica de sem namoro entre os seus empregados.
- ...
- O que acontece em Paris, fica em Paris. – Eu senti meu coração apertar dentro do peito, mas era algo precisava ser feito. A realidade estava a poucas horas da nossa porta e eu não podia fingir que as coisas seriam as mesmas quando nós voltássemos, elas não seriam mesmo.
- É isso mesmo que você quer?
- É o que precisava ser feito.
- Eu posso pelo menos terminar de ler Romeu & Julieta para você?
- ...
- Nós ainda estamos em Paris e eu pretendo aproveitar essas ultimas horas com você. – Ele me abraçou pela cintura. – O que acontece em Paris, fica em Paris.
- Eu suponho que você esteja certo. – Dei de ombros, passando os braços ao redor do seu pescoço e o puxando para perto.
- Eu sempre estou certo. – Eu sorri de lado, passando minhas mãos por seus cabelos e lhe dando um selinho demorado. se afastou de mim, enterrando seu rosto na curva do meu pescoço.
- Je n'oublierai jamais ton odeur et ce que nous avons passé ensemble. (Eu nunca vou esquecer seu cheiro e o que a gente passou juntos.)
- O que você disse?
- Detalhes, . Agora vamos, eu quero passar o resto do tempo que a gente tem juntos com você em meus braços. – me puxou em direção ao seu quarto. – Eu posso te emprestar uma das minhas roupas para você dormir.
- O que? Dormir? – abriu a porta do seu quarto e me puxou para dentro. – Eu não vou dormir com você.
- Como você já decidiu o que vai acontecer depois de Paris, eu decido o que nós vamos fazer nessas últimas horas juntos. – Ele fechou a porta e se apoiou na mesma. – E eu digo que você vai dormir nos meus braços essa noite.
- Eu tenho o poder de escolha nessa sua decisão?
- Claro que sim, você pode ir embora agora se você quiser.
- O problema é que eu não quero. – Comecei a andar em direção a ele. – Ir embora, eu quero ficar com você. – Me aproximei dele, passando meus braços ao redor do seu pescoço enquanto ele passava os seus braços ao redor da minha cintura e me puxando para perto. – Eu só preciso de uma roupa, não da pra dormir com esse vestido. – riu e disse:
- Vamos eu vou te dar uma das minhas roupas. – me levou em direção a sua mala estendo uma blusa e calça de moletom para mim. – Você pode se trocar no banheiro, deve ter algum produtor pra tirar sua maquiagem também. – Eu assenti indo em direção ao banheiro, tirei toda a minha roupa e colocando as suas, elas cheiravam a e eu provavelmente daria uma de distraída e as levaria só pra ter um pedacinho dele comigo. Saí do banheiro apenas para encontrar deitado na cama, segurando o livro com uma mão enquanto seu braço estava estendido. me chamou com o dedo e sorri largamente, pulando na cama e me deitando no seu peitoral.
Então enquanto ele lia Romeu & Julieta para mim quando estávamos entrelaçados um ao outro em cima da sua cama eu adormeci pedindo que tudo que a gente viveu em Paris nunca escapasse da minha memória.
E pra ser sincera, eu sabia o que não sairia nenhum minuto da minha mente nem mesmo se eu quisesse.
Fim
Nota da autora: Olá pessoas desse Brasil! Espero que vocês tenham gostado da história e que ninguém queira me matar por causa desse final. Não fiquem triste, a história desses dois já tem até uma continuação que foi até escrita antes mesmo de Paris At Midnight. Você pode ler a sequência dessa história aqui: 03. Hands To Myself
Segue aquela velha lista de histórias que eu já tenho postadas no site:
Grupo: Fanfics da Rô
Reminiscência
Outros/Em Andamento
Revival
Restritas - Outros/Em Andamento
Thereafter
Mitologia/Em Andamento
McFly/Finalizada
Flawless Curse
McFly/Finalizada
Shorts
03. Blue Jeans
03. Hands To Myself
03. Kiss It Better
04. John Wayne
06. Grown
06. Only Angel
06. The Mighty Fall
08. Colors
09. Young Volcanoes
12. Forever Halloween
13. I Know What You Did Last Summer
14. Easy Way Out
15. Devil in Me
15. Lucky Ones
15. New Love
Bônus: Why Do You Love Me?
Lacuna
Segue aquela velha lista de histórias que eu já tenho postadas no site:
Grupo: Fanfics da Rô
Reminiscência
Outros/Em Andamento
Revival
Restritas - Outros/Em Andamento
Thereafter
Mitologia/Em Andamento
McFly/Finalizada
Flawless Curse
McFly/Finalizada
Shorts
03. Blue Jeans
03. Hands To Myself
03. Kiss It Better
04. John Wayne
06. Grown
06. Only Angel
06. The Mighty Fall
08. Colors
09. Young Volcanoes
12. Forever Halloween
13. I Know What You Did Last Summer
14. Easy Way Out
15. Devil in Me
15. Lucky Ones
15. New Love
Bônus: Why Do You Love Me?
Lacuna